quinta-feira, julho 22, 2010

DA MESTRIA DO GATO À DEUSA GATA, DEUSA DO EROTISMO,





DEDICADO À QUEM AMA OS GATOS

A MESTRIA DO SER (OU NÃO SER...)


(...) O ser humano ainda não iluminado pela sua consciência espiritual quanto aos valores reais ou relativos, deixa o seu mental apoiar os desejos instintivos do seu ser inferior, cujas exigências anárquicas criam tumultos de aceleração de impaciência, e de caprichos incoerentes.
Sofrendo dessas influências, o Autómato humano assemelha-se a certo tipos de animais. O cão treme de impaciência diante do osso avidamente desejado. A inconstância do macaco é típica pela sua dispersão de ideias. A agitação da mosca lança-a para a armadilha da aranha. A pressa é a preocupação da abelha pelo dever social; é também a inquietação da formiga que tem sempre qualquer coisa que fazer, mas que se precipita em voltas supérfluas, sabendo a direcção, mas não a maneira de contornar os obstáculos
.


Ao contrário de outros animais que nos dão uma lição de mestria,
sendo exemplo disso o gato cuja sabedoria é um modelo porque junta a maior paixão à mais indiferente calma.



Na sua imobilidade reflecte o seu salto, sempre exacto;
a força dos seus rins é proporcional ao relaxe do seu sono:
há no seu sono, o abandono da criança recém-nascida,
enquanto que o seu instinto está sempre de vigília;
a sua leveza sem resistência torna a sua queda sem perigo;
Caça e luta são para ele alegria do jogo: ele caça sem ódio e joga sem finalidade;
constantemente pronto ao ataque sem animosidade,
e pronto a defender-se sem apreensão:
vencedor indiferente, ele nunca é vencido.



A serenidade é o fruto da independência.
Cria em ti esta independência, que não é indiferença, mas neutralidade face às impressões recebidas do exterior: bonito e feio, bom e mau, alegre ou triste, agradável ou penível... Um a coisa é discernir as qualidades, outra é deixá-las afectar a nossa disposição.
(...).
La paz sobre esta Terra não pode ser a supressão das forças opostas, mas a sua conciliação no interesse de um fim comum: a vida indestrutível.


In « L’OUVERTURE DU CHEMIN » de ISHA s. DE LUBCZ

O LIVRO essencial do Conhecimento iniciático do Egipto

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O GATO NO ANTIGO EGIPTO


A Deusa com cabeça de gata, Bastit, era a irmã de Sekhemet da qual ela representava o aspecto doce. Ela bebe leite enquanto que Sekhemet bebe sangue...
(...)
Algumas vezes Bastit tem na sua mão a cabeça de Sekhemet, para mostrar que ela pode esconder esse outro lado...
O gato era o animal sagrado em Bubaste, onde Bastit tinha o seu Templo; os gatos eram intocáveis e quando morriam eram embalsemados.
O gato tem um aspecto lunar e um aspecto solar. Ele é dotado de uma extraordinária flexibilidade da coluna vertebral e dum poder energético intenso.


In HER-BAK “DISCIPLE”
( Isha S. De Lubicz)

Ó meu coração de minha mãe...



"L'oeil est donc comme une image-symbole évoquant la notion de santé physique, que le candidat à l'immortalité est censé retrouver dans le monde de la vie éternelle.
Le symbole de l'œil se réfère également au mythe cosmogonite du démiurge, et à celui d'Horus.
"

Ó meu coração de minha mãe, ó meu coração da minha mãe, víscera do coração das minhas diferentes idades, não te levantes contra mim em testemunho, não te oponhas a mim em tribunal, não mostres hostilidade contra mim na presença do guarda da balança!

Tu és o meu Ka que está no meu corpo, o Knum que torna prósperos os meus membros. Dirige-te para o bem, que nos está preparado no além!
(...)
Não inventes mentiras contra mim perante o grande Deus, senhor do ocidente! Vê: da tua nobreza depende seres proclamado justo.


in "LIVRO DOS MORTOS" do Antigo Egipto

quarta-feira, julho 21, 2010

sete dias sem a ver...



POESIA DO ANTIGO EGIPTO


(...)
...Sete dias e eu sem a ver.
A minha doença cresce:
tenho pesados todos os membros!
Já nem me reconheço.

O alto sacerdote não é medicina, o exorcismo é inútil:
esta é uma doença sem explicação.
Eu disse: Ela fará com que eu viva,
o seu nome fará com que eu me erga...
As suas mensagens são a vida do meu coração
chegando e partindo.

Mas a minha amada é a melhor medicina,
mais do que qualquer mezinha ou remédio.
A minha saúde está em vê-la aparecer...
Ficarei curado mal a veja.
Abra ela os meus olhos
e os meus membros retomarão a vida;

Basta que me fale e a minha força voltará.
Abraçá-la fará desaparecer todos os vestígios da minha doença...
Há sete dias que ela me abandonou...

O erro está em confundir amor, desejo e necessidade



A DUALIDADE
do ser...

"Enquanto que existimos no nosso corpo terreno, estamos sujeitos à lei da Natureza que é dualidade; e esta dualidade cria a afinidade entre os complementos separados.
Esta dualidade, que é a base e o mal inicial da Natureza, é também a base da nossa experiência terrestre cuja finalidade é ultrapassar esta mesma Natureza na procura do retorno à Unidade.
Ela é a base da nossa cultura de consciência, uma vez que lhe damos a possibilidade da escolha entre as qualidades opostas, entre o que é real ou relativo, bom ou máu para a nossa consciência actual.



A dualidade sendo a causa da sexualidade -- portanto, a afinidade entre os complementos -- é a causa do desejo que o ser humano chama amor. O erro está em confundir amor, desejo e necessidade (...)


"TOUTE CONNAISSANCE CONÇUE PAR LE COUER MONTE EN SURFACE D'ELLE-MÊME COMME LA CRÈME SUR LE LAIT, SANS AUCUN EFFORT DE PENSÉE: CECI EST LA VRAI CONNAISSANCE INTUITIVE".

"L'OUVERTURE DU CHEMIN" DE ISHA SCHWALLER DE LUBICZ

- A alma divina é neutra,



O NOSSO VERDADEIRO EU


(...) O “eu” é o portador do nome que assiste, impotente, ao julgamento do seu coração. O Nome é o verbo aparente da personalidade humana terrestre; ele devia ser a expressão do seu Ka e da sua natureza, se ele estivesse correctamente atribuído. Ele é sempre a fórmula mágica que conserva a sua imagem na memória dos seres.
Ele é a veste do eu egoísta; é por isso, que quando este eu egoísta se apaga diante do homem consciente do seu fim altruísta, nós modificamos o seu nome para o pôr em harmonia com o seu Ser e a sua função verdadeira.

- Porquê que é que a alma - pássaro (BA) fica à parte na cena do julgamento?
- A alma divina é neutra, impassível e indiferente a esta história pessoal.

Se o homem não cultivou a afinidade do seu KA por esta alma, se ele não estabeleceu, por um apelo constante ao seu ser espiritual, a relação que é a sua consciência recíproca, a alma volta para a sua pátria, e o seu ser unificado não se poderá realizar."


In HER-BAK “Disciple”, de Schwaller de Lubicz.

- A alma tem de se ligar ao Espírito, não só através da oração (o Nome verdadeiro), como dessa consciência recíproca.

A VOZ DO CORAÇÃO




O PALÁCIO DAS DUAS VERDADES




"A atividade crucial de Maat ocorria no Palácio das Duas Verdades (Maati), onde os mortos iam para o julgamento final. Primeiro, o falecido deveria proferir uma “confissão negativa” declarando que não cometera pecados ou más ações. Verificava-se então se estava sendo honesto a cada um dos 42 itens confessados. Depois seu coração era colocado em um prato de balança, enquanto no outro estava uma pena de avestruz simbolizando Maat (a verdade). Por vezes era, ela mesma, a balança. Não se sabe com clareza de que forma o coração era pesado para que a alma do morto fosse considerada justa. Sabe-se somente, que se o coração tivesse o peso certo em contraste com o peso de Maat, a pessoa estava justificada.

O coração, portanto, é considerado a "voz" e somente ele dirá para onde deverá ser destinado. Caso não o tenha, a pessoa é lançada a um monstro híbrido temível composto de partes de crocodilo, leão e hipopótamo chamado Ammut, comedor de mortos.

Para os egípcios, o coração não era tão somente um órgão vital do corpo, mas era também a consciência, ou o centro do pensamento. Ele representava a voz de Maat no ser humano, a voz oracular da Ordem Cósmica que rasga o véu e penetra no mundo humano. Entretanto, por essa razão, as palavras do coração tornaram-se um problema para os egípcios, pois ele testemunhava no Palácio das Duas Verdades contra a pessoa. Essa crença era tão forte, que existia até uma prece especial, dirigida ao coração, que era inscrita em um amuleto em forma de escaravelho e depositada no local do coração durante o ritual de embalsamento. Tal prece suplicava que o coração não se levantasse "como testemunha contra mim".

- autor desconhecido...

segunda-feira, julho 19, 2010

Vi o teu rosto na lua...


Nout

Vi o teu rosto na lua...
aparecia e sorria entre as nuvens e desaparecia.
Ias e vinhas como uma fada
e com as mãos brincavas com as estrelas
dançando entre os raios de luz.
Inebriavas-me com promessas que eu decifrava nas esferas,
rodopiavas no céu e os teus raios estilhaçavam todo o meu ser.

Eu caia em abismos, memórias e perfumes
e quando me erguia já não te via...
A minha alma escurecia e pedia que aparecesses outra vez;
e mais uma vez tu vinhas e dançavas para mim,
e o meu sangue liquefazia-se e não sei porque magia
eu voava e dançava contigo no espaço:
era estrela e cometa e a própria lua...
e já não sabia se o que via era o meu rosto
ou o teu por cima de mim.

IN MULHER INCESTO- sonata e prelúdio de rosa leonor pedro

sexta-feira, julho 16, 2010

A TERRA AMADA

“E esta existência paralela, na Terra Última, é tão única genuína e exclusiva quanto as existências que levamos na terceira dimensão. E é sólida. A experiência da Terra Última é inteiramente física.”

In Terra Última de André Louro de Almeida
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Por Maat

Ah, meu amor alado…tu vieste quando eu já não esperava nada…

Há muita coisa que disseste e eu não quis entender. Coisas que ressoaram estranhamente no meu ser, tão implacáveis umas e outras certeiras, outras que talvez ainda me venham a acordar lembranças que eu não quero. Coisas novas e velhas deste e doutros tempos que ecoam sub-repticiamente na minha memória…
Eu sei que há coisas alojadas na nossa carne desconhecidas de nós…coisas que não sabemos ainda…e tantas vezes fazemos tudo por ignorar…fugimos de da dor encoberta por tantas mentiras e desculpas que nos demos ao longo da vida ou de muitas vidas… Eu sei que essa mentira está alojada nas nossas células, como dizia a Mère, e poucos são aqueles que se dão ao trabalho de as arrancar de lá. As nossas defesas são crostas que escondem feridas abertas. Às vezes é preciso tirá-las e elas voltam a sagrar…sim, nós temos couraças tremendas, medos que não ousamos enfrentar.

Coisas que só a Magia do Amor pode curar.

Ah! Como as palavras podem ser poderosas! Sim, as palavras são poderosas e mágicas…elas tanto têm o poder de evocar o Nome como de trair a Verdade quando te enleiam em teias e mentiras, criando um mundo falso de artifício que tu tomas e defendes como verdade...
Elas tanto podem ajudar a construir um ser como a desferir um golpe de misericórdia…elas podem destruir completamente alguém quando as dizes cheia raiva…

As palavras, meu amor, podem elevar o teu coração ao céu ou enviá-lo num ápice para o inferno. Elas podem ser salvíficas se forem justas… mas também podem ser terríficas quando as usas intrepidamente como espadas… elas ferem ou matam…


Elas podem ser música para o teu coração, se doces e ternas, acariciar-te a alma e redimensioná-la… mas as palavras também nos comprometem ou aprisionam ao pensamento dual…e podem por convicção ser bombas na tua boca como eu posso ser a suicida que se mata na alma amarrada a elas…por um ideal ou uma causa cega.
As palavras podem ser néctar na tua língua se eivadas de amor e também podem ser viscosas, veneno puro, letal para quem as ouve, se de ódio…

Ah, mas as palavras, como eu as adoro ouvir de ti…e as que mais gosto…é as que proferes entre o silêncio de dentro e a música das esferas, quando exalas um suspiro íntimo e profundo e as calas e eu sinto debaixo da tua pele o teu coração que bate ao ritmo do universo…
Tu vieste e transformaste a poesia em realidade, e cada palavra mágica que dizes viaja nas minhas células à velocidade da luz… É então que eu voo nas tuas asas Maat, e sinto o teu amor real e eterno.
rosaleonorpedro

terça-feira, julho 06, 2010

Ísis cumpre a função da vida...


OSÍRIS E ÍSIS

Quando Osíris é assassinado por seu irmão Seth seu corpo é desmembrado em 14 partes
, segundo a versão mais aceita do mito. Ísis, esposa de Osíris, sai em busca das partes do esposo na intenção mágica de fazer com que Osíris ressuscite, só que apenas 13 partes são recuperadas, menos o falo, que fica perdido.

O falo de Osíris não recuperado por Ísis é um símbolo do que estava por vir: uma profecia.

O falo de Osíris é o símbolo do princípio masculino perdido. Assim não é só o resgate do feminino que precisa ser feito hoje em dia, o masculino, o homem verdadeiro precisa ser recuperado, pois está castrado, destituído de poder em si.
No mito egípcio, Ísis é capaz de conceber mesmo sem o falo de Osíris mostrando que o princípio feminino é capaz de gerar por si mesmo. A partenogênese prova isso.

Osíris foi desmembrado (Olha o duplo sentido! Que Freud me desculpe, mas não parece que a inveja do pênis é uma coisa entre homens?) por Seth e reconstituído por Ísis e Néftis. O mito indica que o princípio feminino não só gera a vida, mas também é capaz de restabelecê-la e reorganizá-la.

Assim o mito revela seu caráter profético ao indicar a queda do masculino e ao mostrar como restabelecer o poder do masculino em nossa época: através do feminino.

No mito Ísis pede ajuda de sua irmã, Néftis. E Néftis é a esposa de Seth, portanto a sua contraparte feminina. Se foi Seth que matou e fragmentou Osíris, é Néftis que auxilia Ísis a recuperar o poder do marido morto.

Assim não podemos ver Seth como o mal, porque a sua contra-parte não o é.

Tenho visto análises do mito como se os deuses fossem expressões da mente humana e não forças impessoais da Natureza, assim nessas análises os deuses são cumulados com qualidades típicas de humanos (inveja, ira, luxúria, violência, etc) que incapazes de verem algo além de si mesmos tomam as forças impessoais da Natureza como se extensões suas fossem. Humanos...

Cada Deus ou Néter, como uma força impessoal da Natureza, cumpre uma função no mito.
Seth cumpre a função do destruidor, da morte.

Ísis cumpre a função da vida, da restauradora.

E Néftis media entre um e outro ficando no limite entre a vida e a morte, pois ela é esposa de Seth e irmã de Ísis.

Ver Seth como o mal é separar e fragmentar o entendimento do mito, pois não há o mal absoluto, se assim fosse Seth não teria nascido da mesma fonte dos outros Néteres.

Ver Seth como o mal é alijar a força da morte do processo da vida. E tal não pode ser feito porque a vida é o caminho onde a morte nos desafia, permitindo-nos a renovação.

O processo de demonização de diferentes mitos tem como objetivo o controle mágico, ideológico e religioso, pois o mal torna-se sempre o outro, o outro culto, o outro deus, o adversário.

Isso ocorre com Seth, com Exu e com Pã ao serem identificados com o diabo cristão. Não é deus uma invenção do homem dito civilizado e sim o diabo, pois expressão de seu próprio ego auto-importante e fragmentado. Não há conceito de diabo ou mal personificado nas tradições em harmonia com a Terra. O diabo nasce da desarmonia do homem com a própria Terra da qual é fonte.

Seth, Pã e Exu personificam forças que lidam diretamente com esse mundo, com essa realidade. Uma elite mística, religiosa e mágica identificou esses mitos com o mal apenas para que as massas ficassem alijadas do uso de tal poder enquanto eles mesmos executavam e executam ritos de magia com tais poderes. Um ponto cantado tradicional de Umbanda diz que "na batina do padre tem dendê", indicando como os antigos xamãs afro-brasileiros percebiam as manobras ocultas dos curas católicos. Vemos os padres vestidos de preto e vermelho, em especial os cardeais. Dizem que a própria Igreja Universal que persegue os cultos afro-brasileiros celebra em segredo os mesmos, basta para isso ver que adotam formas e práticas algo disfarçadas muito semelhantes em várias ocasiões. Eles usam essa vibração e conquistam posições no mundo material e alijam a massa de tal força.
Osíris e Seth são dois aspectos da mesma força. “Osíris é um deus negro”.

Há um ponto na Umbanda que revela a seu modo, sob a linguagem sincrética e misturada, o fato de Osíris ser um deus negro.

Exu que tem duas cabeças
Mas ele olha a sua banda com fé
Se uma é Satanás no inferno
A outra é de Jesus Nazaré.

É claro que tal ponto arrepia até a alma aqueles que não têm a compreensão da Unidade.

Alguns ouvirão no fundo da mente o coro inquisidor gritar: - Blasfémia, heresia!

Mas a maior blasfémia é a heresia da separatividade.
Quando separamos essas forças uma fragmentação ocorre e perdemos a conexão com o princípio masculino que fica em desequilíbrio.
Esse desequilíbrio tem dois pólos:

Osíris morto representa a espiritualidade morta e Seth assassino é a sexualidade exacerbada e descontrolada porque destituída de espírito. Sim, podemos ver Osíris como o espírito em nós e Seth como a sexualidade em nós, dois aspectos de uma mesma força. O mito mostra isso pois o falo é a única parte não recuperada do corpo de Osíris, pois ele pertence na verdade a Seth, que como Exu, é uma entidade fálica.

Assim recuperar a sexualidade sagrada é reconciliar Osíris e Seth, permitindo a ressurreição de um homem verdadeiro, capaz de honrar o feminino, a Deusa e a mulher porque integra em si o desejo sexual e espiritual. A sexualidade sagrada é uma relação entre o masculino e o feminino, que não pode ocorrer se o homem mantém-se fragmentado. Um homem fragmentado torna-se um padre ou um monge que odeia o feminino porque vê na mulher a imagem do pecado e da tentação ou um machista que tenta se impor pela agressividade, pela violência, pelo dinheiro, pelo poder que ostenta de diferentes formas, que vão de um carrão até a construção de monumentos como obeliscos gigantescos imitando um poder que não possui em si e que vê na mulher um objeto de consumo.

Há no machista e no monge que nega a si mesmo uma espécie de raiva da mulher, porque há uma inveja de seu enorme poder sexual e capacidade multi-orgástica. Essa inveja fez com que nossa cultura limitasse o poder do feminino em dois estereótipos: a virgem mãe e a prostituta arrependida. São tentativas desesperadas do macho fragmentado de tentar controlar a fêmea porque incapaz de fazer frente, pelo auto-domínio, ao poder sexual da mulher, ainda mais da mulher plena.

As 13 partes de Osíris recuperadas nos indicam o arcano 13, a morte do Tarot. A 14ª parte indica, se recuperada, a possibilidade de uma transição para uma era de regeneração, 14 é o número do Tarot para a Temperança, que tem óbvias semelhanças com Aquário, signo da nova era, regido por Urano, regente no corpo humano das glândulas sexuais, onde está a força do espírito, a força feminina e regeneradora, a Energia Criadora, Shakti, Kundalini, Néftis, a Ísis velada e oculta em nosso corpo. No arcano 14 do Tarot vemos um anjo hermafrodita, símbolo da harmonia e da reconciliação do feminino e do masculino.
Assim cada homem é um Osíris assassinado que pode recuperar-se ao juntar em si o poder de Seth, sexualidade e o poder de Osíris, o espírito, por intermédio do feminino: Néftis como o poder oculto de Kundalini e Ísis como esse mesmo poder revelado e restaurado em nosso corpo, a serpente expressa pelo terceiro-olho dos iniciados egípicios.
Para tal Osíris – o homem - e Ísis – a mulher - devem celebrar o casamento mágico e alquímico.

obs: texto em construção - F.A.
in pistas do caminho
http://pistasdocaminho.blogspot.com/
*
Agradeço a F.A. a sua lucidez e consciência e espero que ele não se importe que publique o seu texto em construção na íntegra. Mulheres E Deusas abençoa os homens lúcidos e que percorrem o Caminho de retorno à origem sagrada!
rlp