sexta-feira, dezembro 21, 2012

NUNCA ESTIVEMOS SEPARADOS...



A Mensagem da Esfinge

Debruço-me hoje sobre as areias da tua alma e deixo por instantes de admirar as infinitas miragens do deserto das vidas. Quero ocupar-me de ti nesta hora de solene intimidade e conversar contigo no silêncio do teu quarto.

Não sou um mito de pedra nem tenho morada nos areais do Egito. Meu monolítico perfil é feito de estrelas e galáxias jamais suspeitadas pela tua mais elaborada fantasia e minha essência impregna o âmago de todos os mistérios conhecidos... e desconhecidos. Existo em todos os recantos do Universo, bem como na mais secreta dobra da tua alma.

Sou o enigma de Deus e, portanto, o teu enigma.

Não devoro nem corpos nem almas. Os beduínos que me contemplam, mas não entendem, é que são devorados por seus próprios erros e ilusões.
Assim, vida após vida, corpo após corpo, nome após nome, eles vagueiam como sombras pelo meu deserto, participando sem saber da infinita encenação do Teatro Universal.
Tal como eles estás errando pelas areias da vida. Vejo que não tens cavalo, camelo ou sandálias.
Existem andrajos por baixo de tuas melhores roupas. Na verdade, estás nu por baixo delas. Percebo em ti uma fome e uma sede infinitas. Há certo cansaço em teu rosto e muitas bolhas em teus pés.

Existe em teus olhos a esperança do próximo oásis e na tua memória a imagem amarga de todas as desilusões que passaram. Noto até mesmo uma certa vontade de desistir…
Tenho ouvido tuas súplicas silenciosas. Sou a grande testemunha de Deus. Tenho acompanhado tuas angústias secretas.
Não sou um assombro de pedra como possas pensar. Tudo em mim se enternece diante dos teus reclamos mais íntimos porque também sou uma imagem do Deus a quem oras, na verdade um Deus bem diferente do que imaginas.
É mentira dizer que as esfinges são monumentos pétreos e famintos que devoram a todos que não resolvem o seu enigma. Eu e todas as minhas irmãs, da Terra e do Universo, sabemos sorrir e chorar.

Na verdade, somos o estribilho da tua dor, o eco das tuas parcas alegrias e uma das notas fundamentais da Canção Universal. Não sou de carne, mas conheço as agruras da carne. Não tenho ossos, mas conheço as aflições da medula.
Estou no teu sorriso e na tua lágrima, no teu sonho realizado e na amargura do teu fracasso. Sou companheira de todos os voos da tua alma. Vivo no silêncio secreto da tua intimidade e conheço todos os teus gemidos mais íntimos. Para mim sempre foste de cristal…
Já ouvi várias vezes a tua história, pois foste tu mesmo que a contaste. Sempre estive mais disposta a ouvir do que a falar.
Sou o teu confessionário secreto e, portanto, a mais fiel das testemunhas de quem realmente és por trás da máscara da personalidade e do teatro do mundo. De mim não precisas esconder nada, pois sei tudo.
Sou dona de teus mais caros segredos, mas os respeito com a dignidade de um confidente silencioso. Afinal, existe mais sabedoria no silêncio do que nas palavras…
Muitos mistérios compõem o meu próprio mistério. Assim quis o Grande Arquiteto que me criou com a Magia dos Quatro Elementos que latejam em teu corpo e no meu.
Em mim trabalham os gnomos, banham-se as ondinas, deslizam os silfos e dançam as salamandras. Procuro despertar-te para o quinto elemento, a silenciosa alavanca que, uma vez dominada, fará com que tenhas poder sobre tudo que te cerca, inclusive o mistério que dorme em mim.
Se me compreenderes e dominares estarás no primeiro patamar da Luz e no solene berço da Magia.
Não estou apenas no deserto ou no pórtico de alguns templos. Estou dentro de ti e sou parte de ti. Represento o Mistério de Deus, mas não sou Deus. Represento o fundamento da Magia, mas não sou a Magia.

Portanto, não deves me adorar nem me tomar pelo que não sou.

Reflete, antes, sobre o que te digo, pois é muito grande a legião de seres que, mesmo me possuindo, ignora completamente por que razão existo e por que motivo aguardo.
És um andarilho como tantos outros que cruzam as areias do deserto da vida. Buscas o mesmo horizonte e padeces das mesmas ânsias.
Todas as tuas lágrimas já foram choradas e teus sonhos hoje são névoas que pairam no silêncio de todos os campos santos.
No enganoso oásis das cidades, sejam elas metrópoles ou povoados, vive-se para o momento e para o lucro fácil. É muito prática e superficial a filosofia dos homens. Irmãos devoram irmãos, maculando a fraternidade cósmica com a nódoa do egoísmo e o feio esgar da ambição.
Nessas cidades os momentos de paz, cada vez mais raros, são meros interlúdios para novas guerras e o dinheiro, transformado em deus de barro, reúne a seus pés uma interminável multidão de súditos.
É aterrador o ritmo da civilização e pungentes os gemidos que se desprendem de casas e edifícios, seja no campo, seja nas cidades.
Preserva o teu lar, mesmo que te sintas sozinho. Preserva o teu jardim interno, porque ninguém poderá substituir as tuas flores.
Constrói um cantinho para ti e respeita-o como se fosse o teu templo secreto. Será em seus braços que poderás, um dia, falar com Deus.
Não o conspurques com presenças discordantes nem permitas que esse pequeno santuário seja vilipendiado pelos superficiais.
Deixa que a luz das estrelas more contigo e que teu interior seja sempre uma campina enluarada. Nada é perfeito sem AMOR. Cultiva-o ainda que te faça sofrer.
Raramente os aliados do AMOR são aceitos sem represálias. Portanto, aceita o sofrimento como um imposto a pagar pelo ato de tão bem querer…

Aprende a interiorizar-te. Se não souberes como, pergunta a quem sabe e já o fez. Todas as respostas que formulas do lado de fora se acham respondidas do lado de dentro. Eu as dou todas.

Mas primeiro precisas dominar-me e compreender o que para tantos ainda é nebuloso ou quase impossível de perceber. Precisas elevar-te uma oitava acima da sensibilidade corrente.

A vibração do homem comum não me alcança. Passam ao largo os distraídos e os mistificados. Desiludem-se os ansiosos. Entendem-me mal os adoradores da matéria. Tu, no entanto, precisas me entender integralmente, caso estejas realmente interessado em evoluir.
Sabias que até a busca do amor humano é uma forma de procurar uma imitação do amor de Deus? Em todos os teus anseios mais secretos repousa a necessidade de pertencer.
Queres possuir alguém e ser possuído por alguém. Queres amar e ser amado com uma perfeição que desafia as imperfeições do mundo. Assim, mesmo sem o sentires, desejas intimamente que o amor buscado e encontrado seja como o amor perfeito do Pai Celestial, um amor infinito, reconfortante, livre de deslizes ou máculas, um amor em que possas confiar de modo pleno e seguro.
Um amor que te faça sentir realizado e livre das preocupações que regem o concerto dos encontros. Como não é exatamente o que sonhavas isso te incomoda, não é mesmo?
Isso te torna preocupado e te faz infeliz. É que talvez ainda não te tenhas apercebido de que os seres humanos são, apenas, aprendizes do amor e que é essa a grande lição ainda não aprendida pela humanidade.
Homem algum é uma ilha, porque mesmo as ilhas desertas têm praias que se abrem aos beijos do mar. Mesmo as ilhas desertas têm florestas que se espreguiçam aos beijos do sol e às carícias da lua.

Até mesmo as pedras se deixam envolver pela fúria amorosa do oceano e aceitam com ternura o amor dos moluscos. Todo homem, para ser realmente homem, tem de dar-se por inteiro a quem lhe queira tomar por inteiro.
Mas a solução do pertencer não se encontra oculta por trás das últimas estrelas, nem ao redor do disco cintilante dos milhares de sóis anônimos que pairam no universo.
O pertencer é, antes de tudo, a disposição de não sermos apenas de nós mesmos, mas de alguém especial ou de toda a humanidade. O melhor nos seres humanos clama por amor, porque o amor realiza a divina alquimia que transmuta o chumbo em ouro.
Essa alquimia ainda não compreendida tem no AMOR a sua pedra filosofal e era isso, afinal de contas, que os verdadeiros alquimistas da Idade Média procuravam passar aos leigos por trás de suas complicadas fórmulas.
O “ouro filosofal” nada mais era (e ainda é) do que uma profunda reforma interna derramada num cálice de dor. Os alquimistas superficiais, ainda não preparados para a Grande Obra, prometiam prodígios aos potentados e, de vez em quando, voavam pelos ares em seus laboratórios de pesquisa, do mesmo modo que hoje “voam pelos ares” todos aqueles que se atrevem a utilizar métodos sórdidos para chegar e se identificar com a Divindade ou dela se tornarem prolongamentos.

Não fujas de mais nada nem de ninguém. Enfrenta-te sem as máscaras usuais da tua pretensa “personalidade” e olha-te como realmente és com novas e mais poderosas lentes.
Não é bom o conselho que te derem os que nem mesmo conseguem orientar-se a si mesmos. Torna-te surdo ao argumento materialista, porque ele não consegue sair de si mesmo e é impotente para julgar o Infinito.
Recorda sempre que matéria é energia condensada e que, portanto, tudo é matéria e tudo é energia. Isso te ajudará a entender melhor como é frágil a base da argumentação materialista e como é enganosa a estrada que tantos aconselham.
Quanto ao amor, aceita-o com todas as suas provas, porque é somente amando que voltas a ser criança e te tornas digno da oportunidade de ter nascido na Terra ou em qualquer outra dimensão espacial.
Se o amor te feriu ou invalidou por longos períodos de tempo e precisaste de uma longa convalescença para conquistar a tranquilidade perdida, não deixes que isso impeça que o continues sentindo por outra pessoa ou por toda a humanidade.
E que isso não te pareça estranho, porque existem diferentes formas legítimas de amar e ser amado. Assim, sê corajoso e bate em todas as portas sem medo de quaisquer julgamentos.
O amor oferece ao homem e à mulher exercícios um tanto complexos dentro do contexto das relações humanas. Como aluno deves estudar e praticar o amor em todas as sua formas porque és fruto do AMOR UNIVERSAL e o AMOR UNIVERSAL age em todos os planos como um camaleão cósmico.

Procura lembrar-te sempre que não és o corpo que vestes nem o que os espelhos refletem. Sente-te, pois, livre de amar e ser amado mesmo das formas mais inusitadas. Ouve esta verdade pouco conhecida: todos os amores são legítimos porque todos são ramificações do AMOR UNIVERSAL.
Perdido um amor não procures efetuar substituições. Cada ser é amado de uma forma diferente e nunca um amor é cópia do outro. Assim, Procura não enganar-te de forma tão cruel!
Abraça-te a um amor antigo ou a um amor novo como as ilhas se abrem ao mar, como as matas se abrem ao sol e como o lótus se abre ao orvalho da noite.
Não percas mais tempo com minúcias desnecessárias. O amor poderá realizar-te material e espiritualmente, de forma que possas dizer com justo júbilo: “Agora estou completo! ” Achas que poderias dizer isso agora? Permite que duvide…
Passa uma esponja no passado. Dissolve os teus grilhões e corta todos os liames que ainda te prendem a ele. Desenrola os cipós do pretérito. Começa vida nova em todos os sentidos.
Apaga pessoas, fatos, dores, desenganos ou quaisquer experiências pelas quais te sintas marcado. Olha para a frente. Olha para mim. Mede teu novo horizonte.
Aprende a olhar para tudo, inclusive para o céu de ti mesmo. Admira o brilho das estrelas que existem e já existiram. Acompanha com admiração a trajetória errante dos cometas.
Torna-te surdo aos conselhos “práticos” que encontras em livros e interlocutores duvidosos.
Os materialistas com quem colides só te podem dar conselhos horizontais, porque lhes é impossível qualquer tipo de verticalização.
Quem é amargo só pode dar conselhos amargos.
Quem é pessimista só pode dar conselhos sem fé.
Lembra-te que cada um é produto de suas próprias experiências.

Que sabe a figueira das maçãs que nunca conheceu? Que sabem os peixes da superfície de seus outros irmãos que habitam as regiões abissais?
As respostas definitivas se acham dentro de ti. As temporárias vagam pelo mundo como retalhos imperfeitos da Verdade Absoluta que mora em tua essência mais íntima.
O mundo em que vives é um mundo cheio de almas superficiais, pouco profundas e convencidas. Nada sabem, mas pensam saber tudo.
Não conseguem sequer me ver no fundo de si mesmas. De um certo modo, vivem para armar o próximo bote em cima da próxima vítima, sendo vítimas todos que lhes atrapalham o caminho.
Não permita que essas almas “práticas” deformem o teu caráter pelo exemplo constante.
Recua em tempo de não te transformares em mais um elo do Poder Desagregador. Isso seria matar ou adormecer de vez o anjo que mora em ti, substituindo-o por mais um demônio sequioso de liberdade. Todos os demônios de que ouves falar foram um dia anjos que caíram.
Não te transformes em mais um deles. Permanece anjo o mais que puderes e deixa que riam de ti.
Tens me procurado em cada pergunta que formulaste ao vento, ao sol e à terra.
Se não aprenderes a perguntar a mim serás mistificado até mesmo pelo mais renomado guru, porque o desnudamento da Verdade é proporcional ao grau de evolução de cada um e mesmo os mais evoluídos do teu mundo ainda precisam aprender muito, embora em outros Planos de Existência.

Na casa do Pai há muitas moradas e cada morada é uma escola.
Uma vez iniciado o nosso diálogo logo perceberás que ele não tem fim. Um consolo te resta, no entanto: nunca te direi mentiras.
Haverá sempre novas informações e elas irão mudando, aos poucos, a visão que tens de todos os seres, coisas e mundos.
Depois que começares a conversar comigo tudo será diferente e nunca ninguém saberá o que sabes, a não ser uns poucos escolhidos com quem converso.
Comigo aprenderás o sublime valor do silêncio, porque só no silêncio te posso falar. Os ruídos do mundo apagam a minha voz porque ela é feita de notas que não existem na escala sonora dos homens.

Portanto, seja qual for o teu credo, seja qual for a tua filosofia ou visão crítica do universo recolhe-te a um lugar tranquilo e esquece o mundo com todas as suas inconveniências ruidosas.

Começa por relaxar o teu corpo, afim de que tudo se acalme dentro de ti. Fecha, em seguida, os olhos e deixa-te flutuar no colchão do meu silêncio.
No princípio pensamentos desconexos virão à tua mente e cruzarão teu céu interior como cometas enfurecidos. É tua rotina que se rebela contra teu novo estado espiritual. Deves insistir porque isso é passageiro. Depois de relaxado virá a sensação de flutuação.
Então, dar-te-ei o sinal da minha presença. Pequenas frases percorrerão o teu cérebro e minha voz inaudível será por ti ouvida dentro da cabeça sem o auxílio dos ouvidos.
A voz da Esfinge dispensa o auxílio do tímpano. Uma advertência, contudo: se ouvires sons de campainha ou plangentes acordes de harpa é sinal que talvez estejas entrando em contato com o plano do teu Mestre ou merecendo participar, por instantes, de regiões mais elevadas do Plano Astral.

Será preciso, então, que controles as emoções e que não te deslumbres com nada.
O deslumbramento fácil poderá te custar muito caro, porque há mistificadores no Plano Astral e eles poderão te enganar com a imagem de um falso mestre ou com algum tipo de cena que te apele aos sentidos grosseiros. É preciso cuidado para não te ajoelhares diante de certos demônios…
Depois disso, controladas as emoções e ouvidos os primeiros conselhos do teu verdadeiro Mestre, ele te dará forças para que continues por ti mesmo e, então, aparecerei para conversar contigo.
Ele estará ocupando com outros discípulos. Como não tenho forma definida poderei aparecer-te como bem me aprouver. Para essa transformação conto com a paleta dos Quatro Elementos. Espero que me reconheças…
Nosso verdadeiro diálogo ainda não começou. Aceita estas palavras como um amável convite. Por hoje só posso dizer o que já disse. O resto é contigo.
Vou me dissolver agora na canícula do deserto.

E o próprio deserto vai desaparecer como se fosse miragem. Vou dormir um pouco no berço do Cosmos e meu corpo assume a forma de uma criança inocente.
Será preciso que durmas também e que te faças criança como eu. O camelo do sono virá buscar-te para que adormeças aos pés da mais tépida tamareira.

Olha como a noite está bonita…!

Para além daquelas estrelas cintilantes está tua verdadeira pátria. As últimas nebulosas visíveis são a fronteira do teu Lar. Ali te esperam teus verdadeiros amigos e ali continuarás a ser mais um obreiro iluminado a cooperar na construção do Grande Edifício da Verdade.

Vai descansar também. Acho que te fatiguei. Volta, por enquanto, ao teu mundo, mas guarda silêncio sobre o nosso diálogo. Se desobedeceres, dirão que estás louco e não queres que digam isso de ti, não é mesmo?
Fico aqui agora. Vai e volta quando quiseres. Estarei te esperando eternamente e tua saudade de mim será igual à minha saudade de ti.

Logo estaremos juntos de novo, porque, se queres saber, nunca estivemos separados…

Sheik Al-Kaparr
 



sexta-feira, outubro 26, 2012

A DAMA DA CASA


Néftis

 

A Néftis egípcia, cujo nome significa "fim" e "vitória" era conhecida como a Senhora do Palácios, Dama da Casa e A Reveladora. Era irmã de Ísis e a esposa de deus Seth. Enquanto Ísis representava a força da vida e do renascimento. Nephtys era a deusa do pôr-do-sol, dos túmulos e da morte. Seus respectivos cônjuges também representavam energias opostas. Osíris, o consorte de Isis, era o deus da fertilidade; Seth, o cônjuge de Néftis, representava a aridez, a esterilidade e a maldade. O deus Seth é também conhecido como o assassino de Osíris. Néftis é uma deusa guardiã e ajudou Ísis a colher os pedaços de Osíris quando Seth o destroçou. Também ajudou Ísis a reanimar o corpo de Osíris por tempo o bastante para que ela concebesse um filho. Por isso é muito frequente ver juntas ambas as deusas, uma na cabeça e outra nos pés do sarcófago. A Néftis é representada junto sua irmã, chorando e velando Osíris.

 A morte para os egípcios antigos era uma passagem muito perigosa, pois quando a alma abandona o corpo, tudo se desune e todos os elementos corriam o risco de se manter dissociados do outro lado do espelho.

Portanto a morte implicava necessariamente em uma ação mágica: a preservação da coerência do ser durante a passagem deste mundo para o outro, para poder fazê-lo reviver do outro lado na sua plenitude. Para tal feito, se realizava o embalsamento. Segundo o esoterismo egípcio, o ser é composto de diversas qualidades, sendo mais conhecidas o "akh", a irradiação, o "ba", o poder de encarnação, e o "ka", a potência vital. Cada elemento tem uma existência independente. É através da arte mágica do embalsamento que todas as partes passavam pelas aberturas do céu, permitindo que o ser completo pudesse ir e vir. O sarcófago não era um túmulo ou um lugar vazio. Era considerado como um navio e como um ventre do céu. O espírito do "morto' entra e sai do sarcófago.

Apesar de ser representada como uma bela mulher de olhos verdes, Néftis era chamada de a irmã obscura de Ísis. Ela se encontrou clandestinamente com Osíris e dele concebeu Anúbis, que conduzia os mortos. Por vezes, era representada com longos braços alados estendidos em proteção; em outras vezes, ela carregava uma cesta em sua cabeça. Plutarco nos deu uma explicação bastante esotérica sobre estas duas irmãs:

 "Neftis designa o que está embaixo da terra e que não se vê (isto é, seu poder é de desintegração e reprodução), e Ísis representa o que está sobre a terra e é visível (a Natureza física). O círculo do horizonte que divide estes dois hemisférios e é comum a ambos é Anúbis.

Como uma deusa da Lua Nova, Néftis se compadece e compreende as fraquezas humanas. Seu aconselhamento é justo e sábio. Ela rege as artes mágicas, os conhecimentos secretos, os oráculos e as profecias. Animais como serpentes, cavalos, cães brancos, e dragões eram seus, assim como aves como a coruja e o corvo. No Egito, o pentagrama (estrela de cinco pontas) era conhecido como a estrela de Ísis e Néftis.

 Essa deusa regia a morte a magia escura, coisas ocultas, conhecimentos místicos, proteção, invisibilidade ou anonimidade, intuição, sonhos e paz. Néftis, apesar de seu aspecto obscuro, oculta toda a força do feminino em sua mais abnegada e sedutora expressão e representa ainda, a compreensão que nasceu do amor sem fronteiras.

 Néftis pode nos apresentar a nossa porção sombra aquela parte de nossa psique que está sempre conosco e nos influenciando. A sombra engloba tudo aquilo que temos medo, vergonha, que consideramos inadequado ou que simplesmente não apreciamos em nós mesmos. Tentamos reprimir e nos livrar dessas coisas, sem perceber que, se celebrarmos um armistício para que possamos utilizar suas forças, podemos nos tornar pessoas mais poderosas e completas.

 A porção de sombra pode também ser mensageira do subconsciente e dos deuses. Ao utilizar sonhos e visões, eles podem nos revelar o que é necessário para nossa proteção, sabedoria e expansão, tanto na vida física como na espiritual.

 

Fonte: cantinhodosdeuses.blogspot .com.br

quarta-feira, junho 06, 2012

ISIS A INTEMPORAL MÃE,

A MORTE INICIÁTICA




 
A INICIADORA DA VIDA E DA MORTE...

” Eu, ISIS, senhora dos mistérios da natureza, me dirijo a ti:”

“Tu, neófito que buscas atravessar o portal da iniciação, e tu, profano que lês por curiosidade, serena teu espírito, clareais tua mente, acalma tuas emoções.
Distancia-te do mundano ruído, abriga-te no manto de teu próprio EU para que possas transpor sem perigo o umbral que conduz à morada dos bruxos.
Lança teus prejuízos; despoja-te de teu egoísmo, foge por um instante do personalismo e da insensatez; analisa com olhar sereno.”
“Não temas senão a ti mesmo, não duvides senão do que analisas superficialmente, não negues sem primeiro refletir.Separa-te da multiplicidade que opaca tuas idéias; seja tu mesmo e pensa por ti mesmo; não te limites.”
“Tu, buscador de maravilhas, tu, candidato à iniciação, não olhe para a distância, reúne todas tuas energias em ti mesmo. Esqueça da Índia e do Tibet, não clames a Deus, Alá ou Jesus Cristo.
O que buscas está aí mesmo onde tu estás neste momento. Sim, deixa de olhar para fora e sepulta teu olhar no mais profundo de ti mesmo.Aguça tua percepção, afina teus sentidos, e aí no centro de teu ser estás tu mesmo, teu EU, tua verdadeira essência, a verdade detrás da mentira, a energia imortal que anima o barro.
Olha com unção e reverenciai, porque és luz….essa luz que te cega, é Deus. Escuta como diz: Eu sou o caminho e a vida.”
“Mas…,cuidado!, não se pode contemplar a Deus cara a cara sem morrer.
Estás disposto a seguir? Posso conceder-te um grande dom.
Te ofereço….a morte!
Não temas, esta morte é o dom dos imortais, é a do fênix que renasce glorioso de entre sus próprias cinzas.
Para ser, é prévio não ser; para nascer e ser, se deve morrer primeiro. Se o consegues, serás chamado o Duas vezes nascido.
Não desdenhes minha oferta, pensa bem; mais vale morrer agora que viver à espera da morte.
Não acredite que se me rechaças poderás seguir indene teu caminho, pelo contrário, todos os caminhos conduzem para mim; ignora-me e serás como os órfãos, que não conhecem a seus pais.
Somente tens dois caminhos: ou te devoro, ou te desposas comigo.
Tua, e só tua é a escolha.”
“Se escolhes ser devorado, dedica-te a gozar da vida, apura a copa do prazer até a última gota, fecha a mente à voz de teu espírito, entrega-te à besta, e desfruta do prazer sensual da matéria.
Assim, quase sem dar-te conta, chegará o momento da antropofagia final. Acreditas acaso que me compadecerei de ti?
Te enganas, não tenho sentimentos, estou mais além do prazer e da dor, mas além do bem e do mal, sou como o sol que se levanta nas manhãs para alumbrar a todos por igual.
Depois de tua morte serás somente um despejo e uma recordação. Depois…nem sequer isso.”
“Se anelas desposar-te comigo deves estar disposto a sofrer a morte iniciática, terás que passar as provas às quais te submeterá sem piedade a terrível Esfinge para aquilatar teu valor espiritual e a qualidade de teu templo.
Eu me entrego somente ao que chegou à crucificação, resistindo aos embates dos quatro elementos.
Amo somente aos que tem sabido apurar a copa da amargura, das traições, do escárnio e a mofa, perseguições, calúnias e difamação; aos iniciados que tenham persistido com valor, sofrendo da solidão do espírito em um mundo de animais.
A mim se chega depois de haver recebido a calúnia e a difamação, que são as provas do ar; dos golpes e das perseguições, que são as provas da terra; dos vícios e das tentações sensuais, que são as provas da água, e depois de haver dominado as ambições descontroladas, que são as provas do fogo.”
“Não acredites que no mundo existem só os nascidos uma vez e os duas vezes nascidos; também existem, por desgraça, os uma e meia vez nascidos, e os abortados.
Guardai-te de engrossar suas filas convencido por sua maquiavélica linguagem, já que estes não vivem nem neste mundo nem no outro; são aqueles que em verdade não são nem iniciados nem profanos, os imitadores dos mestres, os semi-sábios, os semeadores de mão suja, os seguidores da letra morta, e os magos negros, que me cobiçam e se vangloriam de meu amor, quando não são dignos sequer de meu sorriso.
(…)
 
in El hombre Estelar", de John Gaines

domingo, abril 15, 2012

Possa eu ouvir a tua voz




Aspiro o doce perfume


Exalado pela tua boca

Contemplo todos os dias a tua beleza

Possa eu ouvir a tua voz

Melodiosa como uma brisa do norte

Possa o meu corpo reencontrar uma juventude alada

Na fonte do meu amor por ti

Dá-me as tuas mãos

De onde brota o teu espírito

Para que dele me alimente

E que por ele eu viva

Chama-me pelo meu nome

Para a eternidade

E mais não desejarei!



Texto gravado por mão desconhecida no revestimento de ouro do túmulo de AKHENATON, rei do Egipto (1369 - 1352 a.c.)

in Coração de Ísis

sábado, abril 14, 2012

A pirâmide de Queóps


Quantos lados tem a pirâmide de Queóps?

O melhor documentário que já vi sobre este tema!

Este documentário prova através de evidências incontestáveis que a pirâmide de Queóps, a 7ª maravilha do mundo antigo, não pode ter sido construída com apenas ferramentas de cobre, martelos de pedra e cordas, como crêem os religiosos da arqueologia oficial. Ainda mais se considerarmos que, segundo os egiptólogos, ela foi construída em 20 anos! Há mais de 2 milhões de blocos de pedra na grande Pirâmide e isto implica em trabalharmos o ano todo, 12 horas por dia cavando, esculpindo, levantando e colocando com precisão um bloco a cada 2,5 minutos, sem rodas de ferro ou aço, por 20 anos, atingindo uma altura máxima de 42 metros, usando apenas força humana, cordas e ferramentas de cobre! É preciso muita fé para crer na versão oficial. Ora, hoje em dia somos incapazes de fazer algo igual mesmo com toda a nossa tecnologia. Como os antigos egípcios construíram uma obra tão monumental, com tanta precisão, capaz de resistir ao tempo e aos terremotos e que, ainda por cima, encontra similares em diferentes partes do mundo indicando uma cultura que foi capaz de reproduzir um padrão de excelência em diferentes eras?

A grande pirâmide de Queóps é um documento sofisticado em pedra, uma obra arquitetônica quem contem em suas dimensões o número PI e o número áureo, está posicionada de forma perfeita para indicar os equinócios e possui uma geometria sutil que revela 8 lados! Só uma cultura altamente sofisticada seria capaz de realizar tal feito, feito do qual até hoje somos incapazes.

O documentário não fala apenas das pirâmides, fala também sobre outros monumentos e marcas (as linhas de Nazca, a Esfinge, os monumentos da ilha da Páscoa, as pirâmides maias e chinesas, etc) deixadas pelos Antigos numa indicação de sua genialidade e de uma tecnologia desconhecida e surpreendente!

http://uploaded.to/file/cm5ae575

http://uploaded.to/file/4cijl2px

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Ísis não encontrou o sexo de Osiris , engolido por um peixe.


AS DUAS ÍSIS…


(…)

“A busca da verdade é também a busca do outro. Essa questão toca bem claramente o problema da dualidade masculino/feminino, dia/noite….Quando essa dualidade é dominada, leva a um outro nível de consciência, tal como é expresso na grelha integrada. A mulher – conhecimento/sabedoria – tem um substrato de facto, enquanto o homem precisa partir sem demora em busca de si mesmo. A mulher é para ele uma iniciação ao progresso, um catalisador do futuro. Nesse sentido a mulher parece ter vantagem em relação ao homem.


As duas buscas de Ísis demonstram muitas facetas dessas vantagens. Considerando Osíris como o representante do homem mítico a construir, vemos que ele precisa a toda a hora de ser reconstruído. Os catorze pedaços são catorze centros energéticos e esses mesmos centros foram escolhidos para nomear províncias do Egipto, os nomes. O corpo decepado do deus vivo que se tornará deus morto. É o fio invisível que assegura a continuidade ao longo da alternância vida/morte. É também o símbolo do grão que morre no solo para renascer em outro ser. Cada grão de Osíris estava ligado a uma província do Egipto. Ísis não encontrou o sexo, engolido por um peixe. Não existe província ligada ao sexo. Esse facto evoca outras ideias que encontramos em muitas religiões – reveladas ou não -, a de que o deus fundador foi concebido sem reprodução sexuada. O segundo aspecto está ligado ao facto de que são as mulheres que concebem. As mulheres são MA e o AM. A primeira matéria realizada seria a da mulher.

Existem tipos de fecundação em que podemos questionar qual é o verdadeiro papel do macho. Em certas fêmeas, o espermatozóide só traz um sistema de forças criador, apenas um stresse para o óvulo. Não existiria transmissão de património genético proveniente do macho, enquanto as recombinações genéticas teriam lugar unicamente no material genético proveniente da fêmea. A mulher já tem nela as infrastruturas para criar o ser inteiro. Falta-lhe justamente o impulso criador. Na Bíblia, o episódio da costela de Adão apresenta as cosias de maneira inversa.

Com a linguagem vibratória, a tradução da mulher dá a letra Z. E a constela de Adão seria a letra Z, que significa responsabilidade. Ora, a letra Z pertence ao mundo transcendental. A mulher já é portadora do mundo transcendental (A Virgem maria, Ísis, as virgens negras etc.). O homem, em contacto com a mulher, teria acesso ao germe da iluminação. E o casal alquímico exteriorizaria isso.

(…)

Chegarei mesmo a dizer que, nesta evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas não sei se ela sabe disso. Ainda mais que na situação actual ela se choca com o poder do homem. Sejamos claros: constitutivamente não existem relações de superioridade ou de inferioridade entre o homem e a mulher. Tudo depende do contexto sócio-cultural da época considerada cujas consequências extremas se manifestam nas sociedades do tipo patriarcal e matriarcal. O facto principal que se expressa no caso ideal é a complementaridade da infra-estruturas constitutivas de cada um…O resultado no mais alto nível vibratório de tal complementaridade é a fusas integral dos duplos que se traduz por um alargamento prodigioso do campo de consciência do casal alquímico. Trata-se de um verdadeiro processo de transcendência cujas consequências são múltiplas, principalmente transformações profundas e duráveis de cada um dos componentes do casal. Penso mesmo que esse estado ideal e final do casal alquímico, caracterizado pela fusão dos duplos, continua após a morte física. Mas atenção: eu não digo que tal resultado do casal alquímico seja verdadeiramente realizável.”

(…) 

Etienne Guille

O homem entre o Céu e a Terra