quinta-feira, janeiro 11, 2007

A VOZ DO ORÁCULO


NO PLANETA BABEL

- Haverá alguma palavra certeira ou incisiva sobre a espuma dos dias, que não seja de raiva ou de nojo? Pergunto ao Oráculo...

Diz-me a Voz:

- O teu mundo desmorona-se aos poucos debaixo do sol implacável ou das intempéries...
As suas sociedades consumistas convulsivas e demoniacas atrazam o seu fim na ilusão de Paraísos Artificiais à custa de vidas e sangue. Não há piedade entre os homens. Lentamente eles se matam uns aos outros sem apelo nem agravo...

AS mulheres, essas, parecem zoombies... esqueceram a Senha, a Palavra Mágica...Esqueceram os Templos Sagrados dos seus corpos e o Oráculo e agora é só o dinheiro que conta porque todos se vendem por míseráveis cobres. Nada mais ficou no Planeta Babel...
Era preciso uma nova Energia Cósmica dentro dos corações para que se descodificassem os sistemas aprisionados pelos fétidos homúnculos que envadiram a Terra há milhares de anos e que passam por homens. As mulheres tinham a Chave, mas abandonaram a vigília entregando-se à luxúria dos homúnculos que lhes apagaram os códigos de honra e as fornicaram com violência gerando doença e morte em vez de vida, fazendo filhos doentes e violentos que depois as espancaram ou cobriram de véus...Foram cobertas por machos imundos vindos de outros mundos que as possuiram e as vexaram até deixaram a raça impestada de vermes que rastejam na sua órbita à espera de dar o "golpe de miserecórdia” nesta humanidade putrefacta.

Se as mulheres não acordarem do seu sono milenar, se as mulheres não ouvirem a Voz do Útero que é a Terra a gritar, se não ouvirem dentro de si a voz da Deusa, morrerão asfixiadas pela sua cobardia e luxúria, odiando a mãe e a filha, repetindo este estranho padrão de sujeição a que os homúnculos sacerdotes guerreiros de vestes negras pregaram na sua religião de pederastas e violadores...

rlp

quarta-feira, janeiro 10, 2007

TERRA DE EXÍLIO OU PARAÍSO?



Tenho andado nestes dias a passear por ruas sujas e decadentes, becos sem saída, nojentos e pobres, prédios velhos, casas a cair de podres… a olhar os azulejos antigos, os castelos e as ruínas e sinto-me estranha... Talvez porque antropólogos andam a escavar estas ruas velhas e sujas de Lisboa a descobrir pedras romanas ou mouras, esqueletos com centenas de anos...

Não sei o que vejo, mas sinto uma espécie de nostalgia...de algo que foi ou que poderia ser e não é, de algo que me escapa e tenho pena...
Como me apercebi de súbito que como eu nunca estou presente na minha vida...é como se estivesse ausente de mim...não me lembro das coisas, não discorro o que faço...Vivi sempre com este cansaço e recusa inconsciente de estar no mundo. Sempre me senti deslocada, peixe fora de água, com um peso e um sentido de sacrifício enorme e não sei porquê...Porque nunca me senti feliz ou aberta para a vida, com esperança ou animo, entusiasmo em viver...a minha vida sempre me foi estranha e penosa, nunca teve nada a ver comigo...Tenho saudades de uma casa minha, de outro ser que fui e não me recordo, de um espaço ou lugar que nunca conheci, como se fosse apátrida ou exilada e penasse de um castigo qualquer inconsciente que me tolhe qualquer liberdade ou vontade de ser e viver...
Este ser que sou aparentemente quase nada tem a ver comigo e sofro com isso, carrego um fardo ao andar neste corpo que parece não ser o meu...Quem sou eu no fundo? Onde está a minha casa verdadeira, os seres que amo, os jardins que não reencontro...onde está a minha família de origem, os meus irmãos e irmãs de alma, os meus amigos e amigas de sempre, onde está essa grande alma que sempre me acompanhou...a mulher bela me isteriosa que me marca a imaginaçaõ de criança e com quem sempre sonhei mas que nunca encontrei...
Seria uma Deusa a quem rezei ou me devotei por inteiro?
Não sei...

Apenas sinto saudades...da minha verdadeira casa... da minha alegria genuína que me lembre nunca a vivi nesta vida. Queria tanto voltar para casa da minha Mãe....voltar para o seu Templo o seu jardim...Era tão doce e fresca a aragem, era todo a beleza de um jardim de árvores frondosas e flores abundantes que sorriam para mim e onde me sentia livre e segura como nunca me senti aqui...

Sufoco porque me faltam as fontes e a água pura de lagos, as árvores benignas à sombra das quais andava e fui feliz...tenho saudade da natureza, da vida genuína, da paz e da harmonia que não existe já há muito neste planeta, e que se extinguiu como se jamais tivesse existido.

Onde é que eu já vivi aquilo de que me lembro? Sinto-me como se fosse uma exilada do paraíso e vivesse aqui um inferno...
Estou tão cansada desta estada aqui; tão farta de ruídos e poluição, de carros, de gritos e ódios; da cegueira dos hoemns e da alienação humana; deste movimento incessante e inútil de autómatos amontoados em cidades mortas como lixo tóxico.

Esta terra é o meu exílio onde expio não sei que erro...

Porquê deuses...deusas, anjos e arcanjos e mais não sei que nomes lhes dar, aos elementais, aos gnomos e ondinas, as plêiadas e a sírios, a todos os seres de outras dimensões e que também partilham o sentido da existência mais pura neste universo.

Queria tanto acordar desta sensação penosa de como me vejo reduzida a ínfima espécie, a humana, quase rastejante para sobreviver...sem me deixarem levantar a cabeça das preocupações da subsistência, metralhada por slogans, escrava das audiências e dos midea, como toda a gente ao cimo da Terra, escravos do comércio e do consumo, do dinheiro e do petróleo...das guerras a proliferarem e da ameaça das bombas atómicas a cair…

terça-feira, janeiro 09, 2007


"Em cada coração há uma
janela para outros corações.
Eles não estão separados,
como dois corpos.
Mas, assim como duas lâmpadas
que não estão juntas,
Sua luz se une num só feixe."


(Jalaluddin Rumi)


...Lembro-me meu amor e ainda sonho
com rituais solenes, cerimónias celestiais...
em que uniamos o espírito e a alma e de mãos dadas,
caminhávamos em silêncio
para escutar as pedras sussurrar antigos mistérios...

Recordo, quando com respeito e gravidade,
pisávamos descalças o chão
e nos inclinávamos cheias de devoção,
reverentes,
diante da Deusa Mãe
manifestada em cada folha de hera...

Lembro-me quando a Terra era Sagrada:
as árvores, as plantas e os animais "falavam"...
dentro do coração dos seres humanos,
e nenhuma mão desgraçada cometeria o sacrilégio
de deitar fogo às árvores
ou torturar e matar outro ser humano
QUANTO MAIS UMA CRIANÇA
como hoje acontece todos os dias
à face da terra...

A Deusa desperta dentro de nós

“A Deusa desperta dentro de nós, antes de despertar para o mundo. Devemos tomar consciência da sua existência. Devemos honrá-la, adorá-la, venerá-la, seja qual for o nome que lhe damos. Se o não fizermos estamos a ofender-nos a nós próprias. Ela é a nossa essência feminina. Ela é o poder feminino e a glória espiritual que existe em todas as mulheres e homens.” M.W.