(…)
Um longo, longo silêncio e, então, como se o sonho ainda continuasse, aparece diante dele a imagem radiante de uma elegante e sublime mulher, vestes diáfanas em toda a sua glória, de no esplendor da sua alma brilhando através de um corpo fulgurante de luz e iluminando as suas vestes como de sedas fulgentes, transparentes e maravilhosas.
-“Quem és tu que vens a mim neste momentos de desolação?”
- “Oh, filho da Luz, eu sou a tua irmã-espírito…
Porque tiveste coragem no momento em que o cordão foi seccionado, e porque te mantiveste fiel à verdade no instante da morte, tenho permissão para estar contigo e entregar-te este botão de flor.
Quando este botão florir, virão libertar-te.”
Ela coloca a mão sobre o ombro do discípulo; a força e a glória da Luz que está com ela fluem para o seu corpo. E ele conhece então o êxtase e a pureza da verdadeira Visão Espiritual, aquela que, para a poder alcançar ele permaneceu na solidão tanto tempo. Jamais ele sentira aquele êxtase na pulsação das suas veias, enchendo assim o seu coração…
- “Não me abandones, fica comigo!”
-“Não poderei ficar, mas dei-te o botão em flor e quando ele florir eles virão”.
E o discípulo vê-se só de novo.
(…)
Um prolongado silêncio e, a porta do sarcófago é aberta…
(…)
Ele vê então em sua mão direita o botão a abrir-se e sente o perfume de uma rosa branca e perfeita, a única recompensa que teve, além da lembrança da gloriosa beleza do sonho que sonhou.
In INICIAÇÃO JUNTO AO NILO
Mona Rulfe