sábado, novembro 21, 2009


Das Bruxas à Psicologia


Sonhos de unidade, visão transcendente de inteireza, potência e amor, outrora representados pela Grande Mãe.
No Egipto, os Mistérios de Ísis, eram celebrados a partir de um ritual matutino e a cada hora uma celebração que só terminava na vigésima Quarta hora com a revelação dos mistérios quando as estrelas brilhavam no céu. A Grande Deusa era invocada e os segredos da vida revigorados, cultuados..
(...)

O conflito entre os deuses patriarcais e a deusa mãe foi se intensificando e os cultos à ela foram se dispersando ou sendo assimilados distorcidamente. Dionísio, deus do êxtase e do entusiasmo, do abandono aos poderes da natureza; Pã, expressão do espírito da natureza selvagem; Afrodite, deusa do amor, da união sexual, mãe de Eros; tornaram-se objectos da repressão cristã e reapareceram mesclados na imagem do diabo. Suas funções psicológicas submergiram nas profundezas do inconsciente. E a sensação intrínseca de confiança em pertencer à Grande Mãe Natureza deixou de existir reaparecendo séculos após nos sintomas das histéricas de Freud . Corpo, sexualidade e inconsciente/natureza emergem da escuridão para serem reintegrados. E neste fim de milénio as depressões que afligem a alma humana clamam pela busca de sentido, valor principal do arquétipo maior. Mergulhada na morte, a alma contesta os valores esquecidos, exige reflexão em redescobrir os mistérios femininos ligados ao ciclo vida – morte – vida e encaminha para a elaboração da morte simbólica. Faz repensar a questão espiritual, o ser criativo recriando-se, regenerando-se, curando-se dos excessos de violência e agressividade a que a humanidade se submeteu em prol do desenvolvimento da razão.

(...)
Na medida em que o Pátrio Poder se desenvolve e a lei do mais forte se instala, o uso da agressão se impõe nas relações humanas gerando competitividade, poder, conquista, luta pela posse de um território, guerras. Surge a questão da herança, institui-se o casamento. E a posse sobre a mulher, sua sexualidade, prazer e direito à própria vida se concretiza. Ao dominar a função biológica reprodutora o homem passa a controlar a sexualidade feminina. O poder cultural passa a desenvolver-se em oposição ao poder biológico nato na mulher. A vulnerabilidade permeia a função de parir, a mulher se inferioriza, torna-se dependente e o homem trabalha e domina a natureza.(...)

Usado no culto à Grande Senhora da Lua, O Graal continha a água do poço sagrado e num coro ritualístico as sacerdotisas faziam reflectir a luz da lua na limpidez da água e celebravam a natureza, a vida e os ciclos eternos, o ir e o vir.
(...)

O mal precisa ser elevado à consciência, pessoal e colectiva, para tornar-se fonte de criatividade.
A feiticeira, que é a antítese da mulher idealizada, símbolo das energias criadoras instituais, não domesticadas e não disciplinadas precisa ser ouvida. A integração desta sombra traz de volta a mulher selvagem, que segue seu instinto de preservação, que possui sua energia vital, sexual, que fareja o perigo, que intui a cura e sabe o que a alma está pedindo, que sabe aplacar o sofrimento e pode transmitir o dom da vida.

Esta integridade faz a ponte para a transcendência. É a mulher novamente apresentando-se como agente de mudança para uma nova etapa no desenvolvimento da consciência humana."


Das Bruxas à Psicologia
Clara Rossana Ferraro de Sá
(Excertos de artigo)

quinta-feira, setembro 10, 2009

filhas de ísis

A DEUSA E OS CÓDIGOS DO GRAAL
Por Jonette Crowley
Publicado em 30 de julho de 2009


Uma das coisas mais importantes que podemos fazer pelo nosso crescimento espiritual é preparar os nossos corpos físicos para conter mais luz e poder. Os cientistas mapearam o nosso genoma, e perceberam que ele compreende a função de somente cerca de 10% do nosso DNA. Os outros 90% eles não compreendem sob qualquer condição, algumas vezes o chamando de "refugo" (lixo). Eu acredito que em alguma época, nós humanos, fomos seres bem desenvolvidos de luz, usando todo o nosso DNA. Mas com o decorrer dos eons, nós perdemos as nossas dádivas. Nossa luz e o nosso poder diminuíram. As partes não usadas de nosso DNA, atrofiaram.

Este artigo lhes é dado como um presente. Leiam as palavras da Deusa Ashtatara lenta e deliberadamente, pretendendo que o seu DNA se torne reativado. Agora é o momento de despertar o seu DNA, de modo que possamos novamente ser instrumentos de luz - o Santo Graal! Vocês podem não sentir nada, mas confiem no processo. Curtam o despertar!

Em Maio de 2007, eu fui orientada a conduzir um grupo de peregrinos espirituais às ilhas de Malta, no Mediterrâneo. Uma de nossas missões espirituais era ativar o elemento do ar ou do vento. Grupos diferentes de nós já tinham ativado os elementos da terra, do fogo e da água em lugares de poder ao redor do globo.

A segunda missão que me foi dada pelo meu guia espiritual Águia Branca era "Despertar os Códigos do Graal."

"O O que são os Códigos do Graal?" eu perguntei à Águia Branca, sem ter idéia do que ele estava falando.

"Os Códigos do Graal é a outra metade do Disco Solar que vocês descobriram no Peru. Juntos eles formam uma nova base para a consciência humana que está parcialmente entre o estado atual e o estado da iluminação", respondeu Águia Branca.

As três ilhas minúsculas de Malta tem sido o lar para os primeiros construtores de templos, os Fenícios, os Gregos, os Romanos, os piratas, Turcos e Árabes. St. Paul naufragou em suas praias, e os Cavaleiros das Cruzadas de St. John, estabelecidos lá. Os imensos templos pré-históricos de Malta são mais antigos do que Stonehenge ou as pirâmides do Egito. Este é um espaço sagrado, onde a Deusa tem sido adorada desde os tempos antigos.

Malta é considerada por alguns como o local do centro administrativo da Atlântida. Os templos de arenito de cor mel eram antigos na época do Egito. Os locais dos templos ao redor das ilhas e submersos no mar próximo, indicavam que os construtores tinham um conhecimento hábil de astronomia, e compreendiam os fenômenos complexos da precessão dos equinócios. Nós soubemos que os lingüistas tinham finalmente decifrado um pensamento do idioma pré-Sânscrito como sendo do período da Atlântida. Alguns dos textos contavam a história de uma deusa, a Rainha da Atlântida, que foi enterrada naquelas ilhas. Seu nome - Ashtatara.

Uma pequena estátua de pedra, freqüentemente chamada de "a deusa adormecida", encontrada na parte subterrânea do templo, conhecido como o Hipogeu, chamou a nossa atenção. Ela tinha algo a ver com os Códigos adormecidos do Graal? Despertaríamos a Deusa? Todos nós imaginávamos como e onde se revelaria a nossa missão de ativar os Códigos do Graal.

Surpreendentemente, ocorreu o despertar, não em um templo açoitado pelo vento, mas na sala de reuniões de um hotel nas praias da Baía de St. Paul. Eu tinha terminado de canalizar Águia Branca para o nosso grupo. Mas ao invés de sair do meu leve transe normal, o meu transe aumentou mais ainda. Minha cabeça tombou para trás. Sons guturais saíram da minha boca. Parecia que a minha consciência estava em algum lugar muito profundo, e eu estava subindo pela própria terra densa. Uma parte minha estava aterrorizada, porque eu nunca vivenciara um estado tão remoto. Outra parte confiava que tudo ficaria bem. Eu podia ouvir as pessoas falando comigo, mas eu estava muito distante para responder. Eu não sentia tal poder desde a primeira vez que eu fui conduzida através do meu guia Mark.

Após alguns minutos de conflito eu falei, trazendo a energia e as palavras da Deusa. Todos os que estavam presentes podiam sentir a imensa presença e a compaixão que preencheu a sala. Foi emocionante e extraordinário. Ela falou com autoridade imponente:


A Deusa:

Eu sou Aquela que foi chamada.

Eu falo com grande dificuldade

pois as distâncias são muito grandes

e o esquecimento muito intenso.

Eu vim porque vocês me chamaram.

Eu vim para levá-los para casa.

Eu vim para levá-los aqui para casa.

O mundo não é como vocês pensam.

Vocês não podem conceber este mundo.

Eu tenho muito a dizer, mas talvez eu fale melhor sem as palavras.

Eu levo comigo... um campo de despertar que não requer palavras.

Tudo que vocês acham que sabem sobre o nosso povo está errado

e isto não os ajuda se vocês o esclarecerem.

Esta terra é preciosa desmedidamente.

O graal que vocês buscam não pode ser compreendido,

mas conhecido somente através do seu coração.

Os códigos do graal estão em vocês... adormecidos em vocês.

E vocês me chamaram para despertá-los.

Isto começou.

O despertar dos códigos começou.

Vocês não os sentirão.

Vocês não os verão.

Vocês não podem estudá-los.

Somente o seu coração os conhece.

Eu tenho sido protegida pelos dragões por aproximadamente 18.000 anos.

Eles agora são liberados.

Os portais para o meu mundo estão abertos.

Permaneçam com todo o seu poder e recebam.

PERMANEÇAM com todo o seu poder.

Eu sou Aquela que despertou.

Vocês são aqueles que despertaram.

Eu os despeço agora.


Aqueles que estavam na sala, permaneceram. Muitos sentiram mudanças celulares. Alguns nada sentiram sob qualquer condição. Mas todos permaneceram em silêncio, no conhecimento da grandiosidade do que tinha acontecido.

Nos nossos oito dias restantes em Malta, o nosso grupo visitou templos, igrejas e locais históricos. Nós fizemos cerimônias e meditações. Mas nada se igualou à transformação rápida e silenciosa que sabíamos ser o despertar dos Códigos do Graal... dentro de nós.

Eu estava ansiosa para difundir esta ativação com outros, que não tinham sido afortunados em estarem conosco em Malta. Assim, eu organizei um evento especial no mês seguinte para o solstício do verão. Meu objetivo era novamente invocar a Deusa, que agora conhecíamos como Ashtatara. Quarenta pessoas se sentaram em suas cadeiras, esperando pelas palavras desta Deusa Atlante. Novamente, o seu poder e a sua força foram palpáveis enquanto eu transmitia as suas palavras:


ASH-TA-TARA
EU SOU AQUELA QUE DESPERTA!

Através da escuridão fria, eu esperei que o sol surgisse novamente

para os meus irmãos e irmãs humanos.

É passado o tempo.

Cada um de vocês mantém segredos trancados e codificados

dentro da sua consciência e do seu corpo - fechados e trancados

para o seu próprio bem.

Quando a escuridão aconteceu à humanidade, grande parte do poder foi removido,

As chaves guardadas rigorosamente.

As chaves estão onde vocês nunca olham; dentro de si mesmos.

Meu nome é ASHTATARA.

Significa mãe do mundo.

Eu sou uma deusa e sou um humano,

de uma raça que lembra que vocês são deuses e deusas também.

Uma vez que as portas comecem a se abrir, o crescimento se move muito rapidamente.

Uma vez que as portas estejam abertas, não há como fechá-las.

VOCÊS ESTÃO PREPARADOS?
A seqüência da ativação é dada em silêncio a um nível de consciência que mal está desperto em vocês.

Eu mudarei agora para uma iniciação de silêncio.

Eu falarei novamente quando ela estiver concluída.

(Silêncio por aproximadamente 15 minutos.)

Ao criar a possibilidade de um você muito maior e uma unidade muito mais completa, recebam o Amor do campo

de um modo que transforme tudo que vocês têm sido até agora -

Um amor bem além do amor emocional;

Um Amor que é a respiração de Deus.

Recebam agora, profundamente em suas células de Luz recém despertas.

Sejam santificados Amados.

Sejam santificados permanentemente agora.

Vocês agora mantêm os códigos do despertar.

Vocês não precisam mais de mim.

Eu os deixo agora, NÃO ME CHAMEM NOVAMENTE!


Novamente, nós nos sentamos em silêncio. Sabendo que uma profunda mudança tinha acontecido dentro de nós, e felizmente, através de nós para o resto da humanidade. Como Ashtatara falou, foi-me mostrado um símbolo. Ele me pareceu familiar, entretanto, eu estava insegura de onde o tinha visto. Uma busca na Internet mostrou que ele era um antigo símbolo Egípcio - a coroa de Ísis. Algumas vezes também visto em Hórus e Hathor.

Foi então que eu compreendi que ela estava me mostrando o verdadeiro significado por trás da coroa de Ísis. É a fusão do Disco Solar - ou o nosso componente de luz/espiritual, com o nosso instrumento físico - o Graal. A ativação que recebemos em silêncio era o despertar de nosso DNA adormecido. O Graal nunca foi apenas o cálice de Jesus da última ceia, ou até a linha de sangue de Jesus através de Maria Madalena. Nós somos o Graal! O que está acontecendo agora é a fusão de nossa humanidade com a nossa divindade. Os Códigos do Graal é o nosso DNA sem uso!

Uma vez que a ativação nos é dada, ela se difunde por toda a matriz humana, capacitando-nos a nos tornarmos seres de luz - humanos Crísticos. O trabalho de Ashtatara está realizado. Ela esperou por 18.000 anos pelo momento em que os humanos fossem guiados para ela e estivessem prontos para receber o seu segredo. Agora ele nos pertence, a cada um de nós.

Eu fiquei desapontada por Ashtatara ter liberado um aviso tão ríspido para não a chamarmos novamente. Uma parte minha tinha esperado ansiosamente pela possibilidade muito fascinante de canalizar Ashtatara, a Rainha da Atlântida. Mas não era para ser. Ela não era uma deusa para ser desobedecida.

Entretanto, ela veio mais uma vez... ao seu próprio convite. Eu não a chamei e fiquei surpreendida quando ela se apresentou. Eu estava fazendo uma leitura canalizada de Águia Branca para uma amiga nos Países Baixos. Minha amiga já tinha perguntado à Águia Branca sobre a forte conexão entre ela, eu e duas outras mulheres Holandesas. Nós quatro estávamos presentes em Malta quando Ashtatara veio. Quando a resposta começou a vir através de mim, nós pudemos dizer que a energia e as palavras não eram as de Águia Branca. As palavras eram poéticas. A energia era poderosa, entretanto, feminina. Nós tínhamos o gravador ligado.


Filhas de Ísis, filhas de Vênus,

Irmãs dos caminhos sagrados,

Mães dos tempos passados,

Descendentes dos tempos futuros.

Que mantêm os padrões para a perfeição,

Que confirmam a luz da sabedoria,

Abram o Cálice do Espírito Santo

Rompendo a escuridão na luz.

Tecelões de um padrão poderoso,

Vocês andam com o relâmpago em sua proteção,

Filhas de Ísis e de Vênus,

Um futuro magnífico é revelado.

Eu sou Ashtatara

proclamando no tempo,

a libertação da Deusa.

Trago comigo um padrão de transformação

descontínua do passado.

Estes tempos marcarão

um poderoso apoio da Deusa

em um grande círculo de corações.

Eu convido os humanos a desistirem

da visão do que vocês pensam que querem,

assim a visão das possibilidades podem ser ilimitadas.

A manter em seus corações a realidade

de uma descontínua transfiguração.

Este é um momento do Graal e da Deusa.

Shalom.


http://www.luzdegaia.org/outros/diversos/deusa_codigos.htm

(enviado por Gaia Lil)

segunda-feira, agosto 31, 2009

A DEUSA ANUKET


ANUKET A DEUSA ANDROGINA
ANUKET, DEUSA DAS CATARATAS DO NILO



"Anuket é uma Deusa muito antiga, que acredita-se ter sido importada da Núbia, considerada como sendo a personificação da fonte do rio Nilo, que nascia do seu ventre.

O Egito é "a dádiva do rio Nilo", sem ele, a terra teria sido infecunda. Foi o rio, que fez desde o início do Egito uma nação agrícola.Os egípcios não tinham necessidade de olhar ansiosamente para o céu à procura de chuva, pois todos anos no verão, o Nilo proporcionava a irrigação necessária. A cheia anual, que renovava a vida, nunca deixava de chegar quando o calor se aproximava, irrigando a terra dos faraós e fazendo do Egito uma das mais prósperas nações do mundo antigo e alimentando uma civilização que atravessou milênios de história.

O rio Nilo nasce no coração da África, no lago Vitória, e deságua no Mediterrâneo formando um grande delta. Em seu trajeto, corta todo o território egípcio no sentido sul-norte. Foi ao longo de seu percurso que floresceram as culturas agrícola-urbanas. Os egípcios reverenciavam o grande rio como uma divindade protetora e fertilizadora e, embora suas cheias destruíssem moradias e afogassem homens e animais, eram tidas como uma grande benção.

Anuket era conhecida também, pelos nomes: Anukis, Anqet, Anket, "Senhora da Núbia", "Senhora de Sehel" e "Senhora da Núbia". A Núbia tornou-se uma província do Egito no Novo Império. A Baixa Núbia situava-se entre Assuã e a segunda catarata. A Alta Núbia, estendia-se da segunda catarata às proximidades da quinta.

Como Deusa da água era Anuket (Aquela que Aperta), portanto, com seu abraço que durante a inundação fertilizava os campos. Assim como outras Deusas hermafroditas, acreditava-se que Anuket havia-se originado por si própria, por isso era representada, algumas vezes, com quatro braços, que representavam a união dos princípios masculinos e femininos.

Anuket era uma Deusa nutridora não só da terra, mas também do faraó. Foi retratada amamentando o jovem Ramsés II, transmitindo-lhe poder, saúde e muita alegria. Os egípcios antigos, a julgar pelas pinturas dos túmulos, era um povo muito alegre e o gosto pela vida não era limitado somente aos ricos. Até os humildes, foram mostrados pelos artistas, aparentando despreocupação e muito bom humor.

A Deusa Anuket, segundo alguns registros, foi a segunda esposa do Deus Khnemu (Deus lunar), possuindo morada especial na ilha de Seheil. Deu forma a uma tríade com Khenmu e Satis ( filha-mãe) e em épocas muito antigas foi identificada com Neftis. A tríade egípcia sempre era formada por um elemento feminino, um elemento masculino e um elemento formado pela união de ambos. Visualizamos na tríade a grande importância da família para o antigo egípcio.

Na ilha de Elefantina, Anuket forma outra tríade com Jnun (Deus cabeça-carneiro), um Deus local de Hípselis e Esna, cuja lenda conta que foi quem modelou o homem em sua olaria às margens do rio. Acompanhando-se encontramos a Deusa Satis(levava a coroa do Alto Egito), uma divindade da primeira catarata do Nilo que é representada adornada com chifre de antílope. Neste caso, Anuket cumpre a função de filha do casal formado por Jnun e Satis.

Só para esclarecer, a primeira catarata do Nilo é um dos seis afloramentos de granito que obstruíam o Nilo na Antiguidade e era também a tradicional fronteira meridional do Egito. O Egito estendia-se desde a quinta catarata do Nilo até o rio Eufrates, na Ásia Ocidental.

Anuket era ainda, uma Deusa da caça, cujo animal sagrado era a gazela e estava também associada a água. A ligação das Deusas da água com a gazela era provavelmente porque os egípcios sempre viam estes animais em torno da água.

Provavelmente, pelo status de Deusa da Fertilidade, Anuket, transformou-se em Deusa da Luxúria e foi relacionada com a natureza sexual. Seu símbolo, com estes atributos era vulva, usado em vários países como amuleto para a fertilidade, renascimento, cura, poder mágico ou boa sorte. Sempre Anuket que era chamada para dar as boas-vindas aos recém-nascidos ou filhotes de animais. Ela era chamada de Doadora de Vida, tanto de humanos como dos animais. Suas bênçãos se tornam eficazes nas primeiras formas da Lua Crescente.

Adorada no Reino Novo em Elefantina, onde se encontrava o seu santuário mais importante. Em Filai havia outro templo, onde era identificada com Ísis. Era representada como uma mulher vestindo uma grande coroa com plumas de avestruz, que conduzia um ceptro de papiro. Como é de origem africana, suas vestes são muito ornamentadas. Sua imagem pode ser vista no templo de Ramsés II em Abu Simbel. Em 1963 e 1968, o templo foi transferido para longe do lago Nasser, criado pela barragem de Assuã.

Segundo algumas fontes compulsadas, Anuket, também conhecida por Anka, deu origem à palavra ankh, "A Chave da Vida", antigo símbolo feminino da Grande Deusa e da imortalidade dos Deuses. Mais tarde, a ankh ficou conhecida como "A Chave do Nilo", reproduzindo a união mística de Ísis e Osíris, que provocava a inundação anual do rio.

Anuket é uma Deusa Mãe Protectora que deu vida ao faraó, à terra e ao próprio Egito. "
(...)
ROSANE VOLPATTO
(enviado por Gaia Lil)

quinta-feira, agosto 06, 2009

SAUDADES DA TERRA VERMELHA...



ESFINGE

Nasci antes de Cristo, muitas vidas antes de Buda ou Maomé,
Vivi em Atlântida e Mu, muito antes da Queda.

Conheci os egípcios, vivi nos seus Templos antigos,
fui iniciada nos Grandes Mistérios, antes mesmo das Pirâmides de Gizé.

Viajava no Nilo entre as duas terras, era fiel a Hapi e a Ptah.
Lia nas estrelas a glória de Nout e cantava nas festas a Hathor!

Ah! Era dourada a sua imagem e como os teus
os seus olhos brilhavam doces na alvorada...

Outras vezes íamos ver Shekmit, evocar a deusa Bastit,
a quem me ensinavas a amar nas noites de luar.

E como a gata do templo, tu dançavas e esvoaçavam as tuas vestes,
deixando antever o teu corpo nu de estátua...

E eu extasiada pela tua excelsa visão, não sabia se eras tu
ou a própria deusa encarnada quem para mim dançava!

Nesse tempo era feliz...
Amava a vida e a Terra ainda era sagrada!



Ta Mery

Lembras-te, foi em Tentyris,
quando a deusa com máscara de gata dançou
e lançou um feitiço quando te viu?
Levou-te com ela ... Desde aí fiquei só.

Lembro-me da terra vermelha, da minha sede
e da tua miragem...
Lembro-me da noite vir, do teu doce e terno sorrir,
da sede da tua boca, do teu corpo a escaldar...
Não, não tive medo, antes ri, quando uma pequena serpente
me entrou no coração
e gentilmente o seu veneno me adormeceu.

Agora me lembro, queria ir contigo a Denderah
ver Bastit no seu altar.

Queria lembrar-me quem era,
se tua mãe, tua amante ou tua irmã...

Anda comigo a Ta Mery, ver Hathor, ouvir cantar...

Adoro a mulher dourada
louvo a sua majestade




NOUT

Vi o teu rosto na lua...
Aparecia e sorria entre as nuvens e desaparecia!
Ias e vinhas como uma fada
e com as mãos brincavas com as estrelas,
dançando entre os raios de luz.

Inebriavas-me com promessas que eu decifrava nas esferas.
Rodopiavas no céu e os teus raios estilhaçavam todo o meu ser.

Eu caia em abismos, memórias e perfumes
e quando me erguia já não te via...
A minha alma escurecia e pedia que aparecesses outra vez;
e mais uma vez tu vinhas e dançavas para mim:
o meu sangue liquefazia-se e eu não sei por que magia
voava e dançava contigo no espaço!
Era estrela e cometa e a própria lua. ..
e já não sabia se o que via era o meu rosto
ou o teu por cima de mim.



A TUA IMAGEM

Tenho a tua imagem gravada no mais fundo do meu coração:
olhos internos, fibras e nervos te vêm.

Corre no meu sangue como um rio
e eu deixo-me levar na corrente do teu ser.

Bebo da tua seiva e ergo-me
como a coluna do templo em que és rainha e minha
no mais sagrado altar em que te posso abrigar.

Guardam-me a alma os teus olhos
que me seguem a cada silêncio e a cada gesto.

Queria abraçar-te o ventre e adormecer suavemente a teus pés

Como o pedinte à porta de uma igreja ou o nómada no deserto,
a minha sede de ti é eterna, ó mãe do céu e da terra em que nasci!

IN ANTES DO VERBO ERA O ÚTERO
ROSA LEONOR PEDRO

quarta-feira, abril 08, 2009

A Mulher Sábia



A mulher sábia e Clara subiram até o cume da montanha enquanto a noite morria e as serpentes voltavam às suas covas. A mulher centenária deixara a bengala de lado no começo da subida e continuava a andar num passo regular.

O nascimento da aurora era acompanhado por um vento suave e, pouco a pouco,os templos de milhões de anos saiam das trevas.Logo, o azul do Nilo e o verde das terras cultivadas cintilariam sob os raios do sol ressuscitado. .Quando o pico se iluminou, a mulher sábia elevou as mãos na direção dele,num gesto de oração.

- Deusa do Silencio, você que me guiou ao longo de toda a vida, guie minha discípula que sobe na sua direção. Que ela repouse na Sua mão de noite e de dia; atenda-a quando ela chamar por você, seja generosa e mostre-lhe a extensão de Seu poder.

No pico escavado na pirâmide, havia um pequeno santuário.

- Faça uma oferenda.- ordenou a mulher sábia.

Clara pôs no chão a flor de lótus do cabelo,seu colar e as pulseiras.

- Prepare-se para o combate supremo. A Deusa que conhece os segredos, concede a vida e a morte.

De repente surgiu da gruta uma naja real de olhos de fogo,deixando a jovem assustada com o seu tamanho. A raiva inchava-lhe o pescoço e ela estava pronta para atacar.

- Dance Clara, dance como a Deusa.

Morta de medo, a esposa de Nefer, o silencioso, conseguiu acompanhar os movimentos do réptil assustador. Inclinava-se da esquerda para a direita, depois da direita para esquerda, de frente para trás,no mesmo ritmo que a naja,que parecia desapontada.

- Quando ela atacar, curve-se bem na minha direção, sem deixar de olha-la.

Clara venceu o medo.Fascinada pela beleza da Deusa, começava a perceber Suas intenções.Quando a naja se lançou bruscamente na direção de sua garganta , a sacerdotisa de Hathor seguiu as instruções da mulher sábia.
Clara evitara a mordida, mas sua túnica estava maculada com o veneno cuspido pela naja, ainda mais furiosa por causa do fracasso.

- Dois ataques ainda. – preveniu a iniciadora.

O réptil não parava de ondear e Clara imitava-o. Por duas vezes a cobra tentou, em vão, fincar as presas na moça.

- Agora domine-a! Beije- a na cabeça.

Como se estivesse esgotada a naja mexia-se com menos vigor.E quase imperceptivelmente, recuou quando Clara avançou em sua direção.

Embora invadida por grande ansiedade, Clara ficou o olhar nos olhos do réptil e pôs os lábios no alto da cabeça do animal.

Surpresa a serpente ficou quieta.

-Tememos a Sua severidade- disse-lhe a mulher sábia- mas esperamos a Sua docilidade. Esta que a venera é digna da Sua confiança. Abra-lhe a mente e permita-lhe curar os seres em Seu nome.

A serpente ondeava devagar.

-Recolha o poder da Deusa, Clara. Que Ela penetre o seu coração.

Pela segunda vez a esposa de Nefer beijou o monstro, que parecia dócil.

- Que a comunhão de vocês seja selada por um terceiro e ultimo beijo.

Pela ultima vez, a mulher e a naja tiveram um contato intimo.

- Saia rápido! Ordenou a mulher sábia.

Se não estivesse atenta , Clara tria sido surpreendida pelo brusco ataque do réptil. Mas soube esquivar-se e só recebeu um ultimo jato de veneno.

- O fogo secreto foi-lhe transmitido- sentenciou a mulher sábia.

Lentamente a naja voltou ao santuário.

- Tire a túnica e purifique- se com o orvalho das pedras do cimo.

A mulher sabia deu a Clara uma túnica branca que lhe teria servido de mortalha se não saísse vitoriosa da prova.

-Vou-me embora e você será minha sucessora. Não, não proteste! Meu tempo de vida foi longo, muito longo, e é bom que ele termine. Lembre-se que as plantas nasceram das lagrimas e do sangue dos deuses e, por isso, elas têm o poder de curar.Você está viva mas existem almas errantes e demônios destruidores que jamais deixarão a paz se instalar nessa terra. Graças à sua ciência , você sempre lutará contra eles. Deus criou tudo o que está em cima e o que está embaixo e ele vira até você como um sopro de luz. Não tem de acreditar nele e sim conhecê-lo e testá-lo.

- Por que se recusa a viver por mais tempo?

- Meu centésimo décimo ano está terminado. Mesmo que minha mente esteja intacta , o corpo está gasto. Os canais estão endurecidos , a energia já não circula mais e nem a melhor medicina poderá devolver-me a juventude.(...)

- Tenho tantas perguntas a fazer!

- Chegou a hora de dar as respostas.Todos os dias será interrogada e exigirão que alivie os sofrimentos. Agora você é a mãe da confraria e todos os moradores do povoado são seus filhos.

A jovem teve vontade de protestar e de recusar a enorme carga que recaia sobre seus ombros, mas a forte claridade da manhã a deixou muda.

- Desçamos- ela exigiu. – Vá na frente.

Clara pegou a estreita trilha, sem saber que passo tomaria.Deveria andar no seu ritmo, ou caminhar lentamente para não obrigar a mulher centenária a se apressar?

Indecisa ela se virou depois da primeira passagem sinuosa. A mulher sábia desaparecera.
Clara voltou ao cume, procurou por aquela que lhe dera tudo, mas não a achou.A mulher sábia evaporara, com certeza ocultando-se em alguma caverna onde daria o ultimo suspiro, no silencio da montanha.
Clara ficou em silêncio pensando nas horas maravilhosas que passara ao lado do ser que lhe abrira tantos caminhos , que agora continuaria a percorrer sozinha. Ela desceu lentamente na direção do povoado, saboreando seus últimos momentos de calma antes de se tornar a mulher sabia do Lugar da Verdade.

A Pedra da Luz de Christian Jacq

copiado de: http://dancarinalua.multiply.com/journal