MAAT, UM CONCEITO ÉTICO DE VIDA
"Faze justiça enquanto durares sobre a Terra"
Todas as religiões têm um conteúdo moral ao lado dos objetos de culto e a moral básica dos egípcios tinha o nome de MAAT. Ela foi criada antes do mundo e através dela o mundo foi criado. É quase impossível traduzir a palavra com exactidão, mas ela envolvia uma combinação de idéias como "ordem", "verdade", "justiça" e "rectidão". Considerava-se Maat uma qualidade não dos homens, mas do mundo, infundida neste pelos deuses no momento da Criação. Assim sendo, representava a vontade dos deuses. A pessoa se esforçava para agir de acordo com a vontade divina porque essa era a única maneira de ficar em harmonia com os deuses. Para o camponês egípcio, Maat significava trabalho árduo e honesto, já para o funcionário, significava agir com justiça.
Durante as amargas dificuldades e a desilusão que flagelaram o Primeiro Período Intermediário, surgiu por instante a idéia que Maat não era apenas uma qualidade passiva inerente ao mundo, mas que os súditos do rei-deus tinham o direito de esperar que fosse praticada. Isso representava um passo para o desenvolvimento de um conceito de justiça social. Portanto, é mais importante "conservar Maat" (isto é, obedecer a lei) do que adorá-la. A própria Maat dá assistência nessa tarefa guiando, instruindo e inspirando os egípcios e após a morte ela é o princípio pela qual eles são julgados. Ela é a personificação da sabedoria! No período helênico, os atributos de Maat foram absorvidos por Ísis. Maat era portanto, a Deusa da Justiça e da Verdade, ligada ao equilíbrio (Libra) necessário para a convivência pacífica entre todos os seres."