AS
DUAS ÍSIS…
(…)
“A
busca da verdade é também a busca do outro. Essa questão toca bem claramente o
problema da dualidade masculino/feminino, dia/noite….Quando essa dualidade é
dominada, leva a um outro nível de consciência, tal como é expresso na grelha
integrada. A mulher – conhecimento/sabedoria – tem um substrato de facto,
enquanto o homem precisa partir sem demora em busca de si mesmo. A mulher é
para ele uma iniciação ao progresso, um catalisador do futuro. Nesse sentido a
mulher parece ter vantagem em relação ao homem.
Existem
tipos de fecundação em que podemos questionar qual é o verdadeiro papel do
macho. Em certas fêmeas, o espermatozóide só traz um sistema de forças criador,
apenas um stresse para o óvulo. Não existiria transmissão de património
genético proveniente do macho, enquanto as recombinações genéticas teriam lugar
unicamente no material genético proveniente da fêmea. A mulher já tem nela as
infrastruturas para criar o ser inteiro. Falta-lhe justamente o impulso
criador. Na Bíblia, o episódio da costela de Adão apresenta as cosias de
maneira inversa.
Com
a linguagem vibratória, a tradução da mulher dá a letra Z. E a constela de Adão
seria a letra Z, que significa responsabilidade. Ora, a letra Z pertence ao
mundo transcendental. A mulher já é portadora do mundo transcendental (A Virgem
maria, Ísis, as virgens negras etc.). O homem, em contacto com a mulher, teria
acesso ao germe da iluminação. E o casal alquímico exteriorizaria isso.
(…)
Chegarei
mesmo a dizer que, nesta evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas
não sei se ela sabe disso. Ainda mais que na situação actual ela se choca com o
poder do homem. Sejamos claros: constitutivamente não existem relações de
superioridade ou de inferioridade entre o homem e a mulher. Tudo depende do
contexto sócio-cultural da época considerada cujas consequências extremas se
manifestam nas sociedades do tipo patriarcal e matriarcal. O facto principal
que se expressa no caso ideal é a complementaridade da infra-estruturas
constitutivas de cada um…O resultado no mais alto nível vibratório de tal
complementaridade é a fusas integral dos duplos que se traduz por um
alargamento prodigioso do campo de consciência do casal alquímico. Trata-se de
um verdadeiro processo de transcendência cujas consequências são múltiplas,
principalmente transformações profundas e duráveis de cada um dos componentes
do casal. Penso mesmo que esse estado ideal e final do casal alquímico,
caracterizado pela fusão dos duplos, continua após a morte física. Mas atenção:
eu não digo que tal resultado do casal alquímico seja verdadeiramente
realizável.”
(…)
Etienne
Guille
O
homem entre o Céu e a Terra